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ENDOCRINOLOGIA

Bhte, 25 de março de 2025, às 8h27

Ozempic: Solução milagrosa ou armadilha metabólica?


Especialistas alertam para os riscos do uso indiscriminado do medicamento para emagrecimento

Ozempic: Solução milagrosa ou armadilha metabólica?
Especialistas alertam para os riscos do uso indiscriminado do medicamento para emagrecimento
Nos últimos meses, o Ozempic (semaglutida) vem se tornando o "queridinho" dos famosos e influenciadores digitais na busca por um corpo mais magro e definido. Originalmente desenvolvido para diabéticos tipo 2, esse medicamento pertence à classe dos agonistas do GLP-1, um hormônio que regula a glicose no sangue e controla a saciedade. Mas ele realmente é eficaz para o emagrecimento?
De acordo com Kutianski, professor de Educação Física e especialista em fisiologia do exercício, quando alguns profissionais indicam essa medicação com a promessa de emagrecimento, eles estão, na realidade, explorando quatro ações do produto: retardar o esvaziamento gástrico, reduzindo o apetite; atuar no hipotálamo promovendo saciedade; e melhorar a sensibilidade à insulina, ajudando no controle da glicemia. “Embora esses efeitos possam levar à perda de peso, há um custo metabólico envolvido”, alerta.
Quais são os riscos do uso indiscriminado?
Pesquisas recentes indicam que até 39% do peso perdido com a semaglutida pode vir de massa magra, ou seja, dos músculos, essenciais para um metabolismo saudável. A perda de massa muscular pode causar fraqueza, flacidez e um metabolismo mais lento, favorecendo o famoso "efeito sanfona".
“Você perde peso na balança, mas se treinamento físico e alimentação correta, você provavelmente trocará músculo por um metabolismo mais lento. E aí, quando para com o medicamento, o corpo tenta recuperar esse peso da forma mais rápida possível: com gordura”, alerta Kutianski. Segundo um estudo da JAMA Network Open, 75% das pessoas que utilizaram Ozempic recuperaram o peso em até um ano após a interrupção do tratamento. Isso ocorre porque a medicação não altera hábitos alimentares, nem melhora a composição corporal, efeitos que só são conquistados com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Quem não pode usar o medicamento?
O Ozempic possui contraindicações importantes e pode ser perigoso para indivíduos com histórico de pancreatite, distúrbios gastrointestinais graves, histórico familiar de câncer medular da tireoide, além de gestantes e lactantes. Efeitos colaterais como sarcopenia, náuseas, vômitos, tontura, desmaios e até arritmias cardíacas também são relatados em estudos.
“O problema não é só o efeito colateral imediato, mas o que acontece depois que a pessoa para de usar. Se ela não mudou os hábitos, o metabolismo estará pior do que antes. É como dar um tiro no pé”, reforça Kutianski.
Existe uma solução segura para emagrecer?
Especialistas reforçam que nenhum medicamento substitui uma rotina consistente de exercícios físicos, alimentação equilibrada e sono de qualidade. “Os profissionais sérios do emagrecimento são unânimes: não há fórmula mágica para emagrecer de forma saudável e sustentável. O uso de medicamentos sem mudança de hábitos é uma bomba-relógio para o metabolismo”, conclui Kutianski.

 

Ozempic: Solução milagrosa ou armadilha metabólica?
Especialistas alertam para os riscos do uso indiscriminado do medicamento para emagrecimento
Nos últimos meses, o Ozempic (semaglutida) vem se tornando o "queridinho" dos famosos e influenciadores digitais na busca por um corpo mais magro e definido. Originalmente desenvolvido para diabéticos tipo 2, esse medicamento pertence à classe dos agonistas do GLP-1, um hormônio que regula a glicose no sangue e controla a saciedade. Mas ele realmente é eficaz para o emagrecimento?
De acordo com Kutianski, professor de Educação Física e especialista em fisiologia do exercício, quando alguns profissionais indicam essa medicação com a promessa de emagrecimento, eles estão, na realidade, explorando quatro ações do produto: retardar o esvaziamento gástrico, reduzindo o apetite; atuar no hipotálamo promovendo saciedade; e melhorar a sensibilidade à insulina, ajudando no controle da glicemia. “Embora esses efeitos possam levar à perda de peso, há um custo metabólico envolvido”, alerta.
Quais são os riscos do uso indiscriminado?
Pesquisas recentes indicam que até 39% do peso perdido com a semaglutida pode vir de massa magra, ou seja, dos músculos, essenciais para um metabolismo saudável. A perda de massa muscular pode causar fraqueza, flacidez e um metabolismo mais lento, favorecendo o famoso "efeito sanfona".
“Você perde peso na balança, mas se treinamento físico e alimentação correta, você provavelmente trocará músculo por um metabolismo mais lento. E aí, quando para com o medicamento, o corpo tenta recuperar esse peso da forma mais rápida possível: com gordura”, alerta Kutianski. Segundo um estudo da JAMA Network Open, 75% das pessoas que utilizaram Ozempic recuperaram o peso em até um ano após a interrupção do tratamento. Isso ocorre porque a medicação não altera hábitos alimentares, nem melhora a composição corporal, efeitos que só são conquistados com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Quem não pode usar o medicamento?
O Ozempic possui contraindicações importantes e pode ser perigoso para indivíduos com histórico de pancreatite, distúrbios gastrointestinais graves, histórico familiar de câncer medular da tireoide, além de gestantes e lactantes. Efeitos colaterais como sarcopenia, náuseas, vômitos, tontura, desmaios e até arritmias cardíacas também são relatados em estudos.
“O problema não é só o efeito colateral imediato, mas o que acontece depois que a pessoa para de usar. Se ela não mudou os hábitos, o metabolismo estará pior do que antes. É como dar um tiro no pé”, reforça Kutianski.
Existe uma solução segura para emagrecer?
Especialistas reforçam que nenhum medicamento substitui uma rotina consistente de exercícios físicos, alimentação equilibrada e sono de qualidade. “Os profissionais sérios do emagrecimento são unânimes: não há fórmula mágica para emagrecer de forma saudável e sustentável. O uso de medicamentos sem mudança de hábitos é uma bomba-relógio para o metabolismo”, conclui Kutianski.

 

Nos últimos meses, o Ozempic (semaglutida) vem se tornando o "queridinho" dos famosos e influenciadores digitais na busca por um corpo mais magro e definido. Originalmente desenvolvido para diabéticos tipo 2, esse medicamento pertence à classe dos agonistas do GLP-1, um hormônio que regula a glicose no sangue e controla a saciedade. Mas ele realmente é eficaz para o emagrecimento?

 

De acordo com Kutianski, professor de Educação Física e especialista em fisiologia do exercício, quando alguns profissionais indicam essa medicação com a promessa de emagrecimento, eles estão, na realidade, explorando quatro ações do produto: retardar o esvaziamento gástrico, reduzindo o apetite; atuar no hipotálamo promovendo saciedade; e melhorar a sensibilidade à insulina, ajudando no controle da glicemia. “Embora esses efeitos possam levar à perda de peso, há um custo metabólico envolvido”, alerta.

 

Quais são os riscos do uso indiscriminado?
Pesquisas recentes indicam que até 39% do peso perdido com a semaglutida pode vir de massa magra, ou seja, dos músculos, essenciais para um metabolismo saudável. A perda de massa muscular pode causar fraqueza, flacidez e um metabolismo mais lento, favorecendo o famoso "efeito sanfona".

“Você perde peso na balança, mas se treinamento físico e alimentação correta, você provavelmente trocará músculo por um metabolismo mais lento. E aí, quando para com o medicamento, o corpo tenta recuperar esse peso da forma mais rápida possível: com gordura”, alerta Kutianski. Segundo um estudo da JAMA Network Open, 75% das pessoas que utilizaram Ozempic recuperaram o peso em até um ano após a interrupção do tratamento. Isso ocorre porque a medicação não altera hábitos alimentares, nem melhora a composição corporal, efeitos que só são conquistados com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos

 

Quem não pode usar o medicamento?

O Ozempic possui contraindicações importantes e pode ser perigoso para indivíduos com histórico de pancreatite, distúrbios gastrointestinais graves, histórico familiar de câncer medular da tireoide, além de gestantes e lactantes. Efeitos colaterais como sarcopenia, náuseas, vômitos, tontura, desmaios e até arritmias cardíacas também são relatados em estudos.

 

“O problema não é só o efeito colateral imediato, mas o que acontece depois que a pessoa para de usar. Se ela não mudou os hábitos, o metabolismo estará pior do que antes. É como dar um tiro no pé”, reforça Kutianski.

Existe uma solução segura para emagrecer?

 

Especialistas reforçam que nenhum medicamento substitui uma rotina consistente de exercícios físicos, alimentação equilibrada e sono de qualidade. “Os profissionais sérios do emagrecimento são unânimes: não há fórmula mágica para emagrecer de forma saudável e sustentável. O uso de medicamentos sem mudança de hábitos é uma bomba-relógio para o metabolismo”, conclui Kutianski.

 

Bhte 09 de março 2025 às 8h38

Novas gerações de medicamentos contra obesidade movimentam pesquisas na indústria farmacêutica

Mais de 1 bilhão de pessoas estão obesas no mundo e números vêm crescendo entre jovens

Mais de 1 bilhão de pessoas estão obesas no mundo, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa mostra que a doença mais que dobrou entre adultos e quadruplicou entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos, no período entre 1990 e 2022. Esta realidade tem alterado os rumos das pesquisas e investimentos da indústria farmacêutica. Um estudo da Allianz Trade, empresa especializada em seguro de crédito, indica que a venda de medicamentos análogos ao GLP-1, como as famosas “canetas emagrecedoras”, deve movimentar R$ 572 bilhões até 2030.

“A obesidade preocupa e quando medidas de mudanças no estilo de vida, que incluem a reeducação alimentar e a implantação da atividade física não estão conseguindo fazer com que a pessoa emagreça ou diminua o seu percentual de gordura, o uso de medicamentos que ajudem neste processo se faz necessário”, explica o endocrinologista, Fabiano Lago. “Mas claro que, como no caso de outras doenças, é importante a orientação de um médico para fazer o diagnóstico correto da obesidade, analisar como compromete a saúde do paciente, quais doenças estão associadas e a severidade do grau da obesidade”, complementa o médico. 

Pesquisas e novos medicamentos

Estas mudanças no perfil da população também impactam as estratégias da indústria farmacêutica, como é o caso da Prati-Donaduzzi, na qual há um setor chamado Inteligência de Mercado voltado para a análise de novos medicamentos e tendências mundiais do ramo. O primeiro medicamento no segmento produzido pela farmacêutica foi o Orlistate, em 2018. 

Esse medicamento, vendido em cápsulas, age no tubo digestivo, inibindo as lipases gastrointestinais, que são as enzimas responsáveis pela digestão das gorduras provenientes dos alimentos, sem a digestão, o organismo não consegue absorve-las, eliminando cerca de 30% das gorduras ingeridas nas fezes. “Para tirar o máximo proveito do Orlistate, é importante que a pessoa tenha uma dieta rica em lipídios, que podem ser encontrados em alimentos como abacate, carnes vermelhas gordas, ovos e queijos”, explica o pesquisador chefe do PDI da Prati-Donaduzzi, Volnei José Tondo Filho.

“O Orlistate ajuda no emagrecimento e tem indicações precisas como monoterapia, por ser seguro, visto que a cápsula não age na circulação sanguínea e nem no sistema nervoso central, focando sua ação apenas no tubo digestivo, não causando dependência. Ele também é uma boa alternativa como coadjuvante de outros medicamentos”, frisa o endocrinologista.

Em 2024 a Prati-Donaduzzi iniciou as pesquisas para a fabricação de uma versão do Ozempic, medicamento análogo do GLP1 para tratamento da diabetes tipo 2 e que também é utilizada para tratamento da obesidade. A quebra da patente do medicamento está prevista para 2026.