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Julho 3, 2017

Julho 3, 2017

Congelamento de Óvulos e Embriões

Como funciona? Qual idade é recomendada para o congelamento?

 

De acordo com o ginecologista Dr Joji Ueno o processo deve ser feito pelas pacientes que desejam postergar a maternidade.

Depois de 35 anos a qualidade dos óvulos começa a cair

 

O congelamento de óvulos e embriões oferece às mulheres a possibilidade de armazenar seus óvulos enquanto ainda estão em boas condições de serem fertilizados. Uma ótima opção para mulheres com menos de 30 anos, já que há uma queda acentuada de produção com o passar do tempo. Por outro lado, a realização do congelamento precoce pode ser descartado no futuro, já que a mulher pode encontrar um parceiro e engravidar naturalmente.

Os melhores resultados ocorrem quando a mulher congela os óvulos com até 35 anos de idade. Já o melhor custo-benefício do congelamento ocorre aos 37 anos, isto porque, nesta idade a mulher ainda terá qualidade de óvulos e poderá estar em uma situação financeira mais agradável.

Segundo o ginecologista, Dr. Joji Ueno, a mulher perde cerca de 1000 óvulos por mês a partir da puberdade. “O período fértil de cada mulher é bastante variável, em média inicia-se por volta de 12 a 14 anos de idade, terminando em torno dos 45 ou 50 anos. Porém, é comum que, aos 35 anos, a produção de óvulos comece a declinar, bem como a qualidade. Este é o principal risco de uma gestação tardia”, ressalta Dr. Joji Ueno, diretor da Clínica Gera, referência em medicina reprodutiva.

Como a perda da capacidade de ovular é uma consequência natural do envelhecimento, alguns meios são utilizados para avaliar a produção hormonal e os órgãos reprodutivos femininos. Um dos exames mais conhecidos é que mede o hormônio folículo-estimulante (FSH). “Altas taxas de FSH, em dias específicos do ciclo menstrual, podem indicar um declínio na quantidade dos óvulos produzidos”, explica o médico. Há a possibilidade de avaliar por meio do exame de sangue, as taxas de outros hormônios como o estradiol e a dosagem de hormônio anti-mulleriano (AMH).  Alterações nas marcas dessas substâncias correspondem também às quedas na quantidade dos óvulos.

Outro recurso utilizado nesta análise é a ultrassonografia pélvica pela contagem de folículos antrais. Por meio deste exame é possível ter uma estimativa de quantos folículos poderão ser estimulados a se desenvolver em cada um dos ovários e quantos deles vão chegar ao ponto de maturidade. “Entretanto, é bom destacar que nenhum dos exames citados determina a reserva folicular da mulher, ou seja, o número de anos férteis que ela ainda tem. São apenas ferramentas importantes que utilizamos para proporcionar à paciente uma panorama da sua fertilidade”, explica Ueno.

O procedimento para congelar o óvulo é usual. Após os exames de rotina como o ultrassom e a dosagem hormonal, o especialista avalia se a mulher tem condições de ser indicada para a fertilização in vitro (FIV). Após ser aprovada nos testes preliminares, a futura mamãe é submetida a um processo de estimulação com hormônios, que dura aproximadamente 10 dias. “A paciente passa por um estímulo ovariano, produzindo um número maior de oócitos (óvulos) comparado a um ciclo natural”, pontua o médico.  

Uma vez decidido pela realização da preservação da fertilidade, é solicitado as sorologias para doenças infecciosas e outros exames pontuais, realiza-se uma ultrassonografia alguns dias antes da menstruação. Se tudo estiver certo, inicia-se o processo com a aplicação de injeções para estimular os ovários quando a paciente menstrua. Definida a data da coleta, a paciente passa por uma aspiração do maior número possível de óvulos, que serão congelados em nitrogênio líquido.

 

Dr. Joji Ueno

O ginecologista Dr. Joji Ueno é doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), ex-Fellow do The Jones Instituto for reprodutível medicine Norfolk, Virgínia -EUA. Fundador e diretor da Clínica Gera, autor da obra “Cirurgia Vídeo-Endoscópica em Ginecologia”, livro voltado para médicos ginecologistas. Responsável do Setor de vídeo-histeroscopia do hospital Sírio-libanês. Coordenador do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Medicina Reprodutiva do IEP-GERA.

 

Preservação da fertilidade feminina: Congelar óvulos ou tecido ovariano?

 

  • Estudo revela resultados similares, porém as indicações são diferentes.
  • Pesquisa realizada em parceria entre o Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) e o Hospital La Fe de Valencia foi apresentada hoje durante o congresso mais importante de reprodução humana, que este ano acontece em Genebra, Suíça.

O estudo realizado pelo Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) e Hospital La Fe de Valencia com uma amostra de 1759 pacientes (1024 óvulos e 735 tecidos ovarianos congelados) apresentado hoje no 33º Congresso Europeu de Reprodução Humana (ESHRE) revela que não existem diferenças significativas com relação à taxa de nascimentos entre as duas técnicas de preservação da fertilidade, o que significa que ambos tratamentos são igualmente eficazes.

Indicada para pacientes que precisam iniciar quimioterapia para prevenir o risco de perder a fertilidade como efeito colateral do tratamento, a preservação da fertilidade também tem sido utilizada para o planejamento da maternidade aos 40, onde a qualidade dos óvulos muitas vezes impede as mulheres de engravidarem naturalmente.

O IVI foi uma das primeiras instituições do mundo que conseguiu congelar óvulos através da técnica que vitrificação, o que evita a formação de cristais de gelo que prejudicam a recuperação das células ao serem descongeladas. Esta técnica mudou drasticamente as taxas de sobrevivência dos óvulos; que atualmente é praticamente total. No caso do congelamento do tecido ovariano, o procedimento cirúrgico é realizado em colaboração desde 2012 pelos coautores do estudo.

Dra Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana e diretora da clínica IVI Salvador que está participando do congresso, explica que é muito importante entender as situações onde cada uma dessas técnicas é indicada. “Nos casos onde há tempo suficiente antes do início do tratamento de quimioterapia e que a paciente já tenha entrado na puberdade, provavelmente a melhor alternativa seria congelar óvulos, pois esta técnica vai oferecer praticamente a mesma chance de gravidez no futuro, mas é menos invasiva que o congelamento do tecido ovariano”, explica a especialista.

A criopreservação do tecido ovariano é recomendada para pacientes que ainda não atingiram a puberdade, já que nestes casos é complicado realizar uma estimulação ovariana para captar e congelar óvulos. Segundo Dr Cesar Díaz-Garcia, autor principal do projeto, a preservação do tecido ovariano é mais indicada para pacientes com tumores muito agressivos como por exemplo o linfoma de Burkitt, que limita o tempo hábil para o processo de congelar óvulos antes do início da quimioterapia

Dr Cesar Diaz durante apresentação no 33º Congresso Europeu de Reprodução Humana ESHRE2017

Congelamento de óvulos por meio de vitrificação

A vitrificação de óvulos consiste em estimular os ovários com hormônios similares aos que são produzidos durante o ciclo menstrual para potencializar a produção de mais óvulos maduros e extrair os mesmos com o uso de uma agulha muito fina. Posteriormente, os óvulos coletados podem ser conservados por tempo indeterminado (inclusive décadas). No caso de congelamento realizado antes do tratamento contra o câncer, os óvulos congelados podem ser utilizados quando a paciente receba a alta para engravidar. Em casos de congelamento por fatores não médicos, é recomendável que o projeto da gravidez não supere os 50 anos da mulher.

Criopreservação de tecido ovariano

Consiste em extrair um fragmento da superfície do ovário através de laparoscopia, que é uma cirurgia minimamente invasiva. O procedimento dura em torno de vinte minutos, onde a paciente recebe alta no mesmo dia, inclusive podendo iniciar a quimioterapia algumas horas depois. Posteriormente o tecido é congelado, podendo permanecer neste estado durante anos. Se após a alta para engravidar naturalmente a paciente apresentar uma falha ovariana provocada pela quimioterapia, é possível implantar o tecido que foi congelado anteriormente através de uma nova intervenção cirúrgica, o que permitirá a recuperação da funcionalidade do órgão, tanto no aspecto de fertilidade quanto na produção de hormônios, revertendo a menopausa precoce que muitos tratamentos oncológicos provocam e permitindo a gravidez espontânea.

 


Mitos e verdades sobre a coleta das células tronco do cordão umbilical



Quando falamos em armazenamento de células-tronco do cordão umbilical, muitas pessoas não sabem como funciona e a pergunta mais frequente entre as mamães de plantão é: vale a pena investir para armazenar as células-tronco do cordão umbilical?

Se pararmos para pensar que a probabilidade do material coletado do recém-nascido ser compatível com os familiares, é acima de 25% para pais e irmãos, ou seja, com chances muito mais elevadas do que aguardar um doador compatível nos bancos públicos e de poder ser usada de forma imediata, sim vale a pena.

Claro que as chances de uma pessoa da família precisar das células para o tratamento de uma enfermidade ser baixa, ainda assim oferece uma certa “segurança” para quem as têm armazenadas no banco privado.

“As células-tronco são encontradas em várias partes do corpo humano, como na medula óssea, células de gordura, polpa dentária, etc. Entretanto, as células do cordão umbilical são consideradas virgens, livres de impurezas por não terem sofrido com as mudanças do mundo externo, daí o seu poderoso papel terapêutico”, afirma Dra. Adriana Homem, médica responsável técnica do BCU Brasil, maior banco privado de coleta e armazenamento de células-tronco do cordão umbilical da América Latina.

Entretanto, por ser um assunto relativamente novo, final da década de 80, a forma de uso e armazenamento das células-tronco do cordão umbilical ainda levanta polêmicas e não têm consenso entre médicos, já que alguns defendem e outros criticam pontos, como o armazenamento em bancos privados, o uso de forma autóloga (no próprio doador), a eficácia dos tratamentos, etc.

Independente da polêmica esta é uma decisão que cabe apenas aos pais e devem ser respeitadas e não julgadas.

A eficácia das células-tronco é comprovada, o importante é não descartar este material, seja ele armazenado nos bancos privados ou doado para o banco público. “É fato que guardar as células-tronco no Brasil ainda é algo novo e não há dados estatísticos sobre o uso dos materiais armazenados nos bancos privados. Contudo, em países como o México, um dos pioneiros em células-tronco do cordão umbilical, há diversos casos de sucesso, tanto para uso autólogo como no caso de outros pacientes”, afirma Dra. Adriana.

É por isso que a Dra. Adriana resolveu esclarecer as principais dúvidassobre alguns mitos e verdades sobre a coleta e uso das células-tronco do cordão umbilical, confira abaixo:

1) As células-tronco do cordão umbilical já são utilizadas comprovadamente para tratamentos de doenças?

Verdade. Hoje as células-tronco do cordão umbilical podem ser usadas para tratamento de mais de 80 doenças comprovadamente, entre elas enfermidades graves, como leucemias, anemia falciforme, mielomas múltiplos, hemoglobinopatias, doença de Hodgkin e inclusive a mielodisplasia, uma doença rara, como a do garoto Tancrede (11 anos), que ganhou espaço na mídia, graças às campanhas nas redes sociais para encontrar um doador compatível com ele.

2) É verdade que as chances de encontrar um doador compatível nos bancos públicos é baixa?

Verdade. Com a miscigenação e a grande variedade genética dos povos as chances de encontrar um doador nos bancos públicos são pequenas, variam de 1 em 10 mil a 1 em 1 milhão, dependendo da mistura entre raças. Entretanto, é importante não desperdiçar este material tão rico, seja doando para o banco público ou armazenando em um banco privado.

3) É verdade que o uso autólogo das células-tronco do cordão umbilical é condenado por médicos?

Em partes. Há algumas pesquisas que sugerem que o uso autólogo não apresenta resultados satisfatórios, visto que se uma criança desenvolve leucemia, estes estudiosos acreditam que as células-tronco do sangue do cordão umbilical já possuíam as células cancerosas ainda no útero da mãe. Entretanto, isto ainda não está efetivamente comprovado e, contrariando as pesquisas, há casos de transplantes autólogos realizados com sucesso, como exemplo, no México em 2012, onde uma criança com Linfoma não Hodgkin, recebeu as suas próprias células do cordão umbilical. Ainda podemos citar o caso do ator Reynaldo Gianecchini, que após buscar doadores compatíveis e não ter encontrado realizou um transplante autólogo com as células-tronco da medula óssea.

4) Se eu armazenar as células-tronco no banco privado e depois quiser doá-las para os bancos públicos é possível?

Mito. Infelizmente, não é possível porque os bancos públicos não aceitam a transferência do material armazenado do banco privado para o público. Sendo assim, uma vez armazenado no banco privado, lá ele ficará e apenas o doador e os familiares poderão usá-lo. Já nos bancos públicos, assim que qualquer pessoa compatível com o material guardado apareça, poderá ser usado, desde que já tenha passado por todas as avaliações necessárias como testes de HIV, Hepatite e outros.

5) As células-tronco armazenadas serão compatíveis com membros da família? Verdade. As chances de serem compatíveis com pais e irmãos podem chegar a 50%. Sendo que com o doador esta compatibilidade é de 100%. Sendo assim, caso algum membro direto da família precise das células, a chance de compatibilidade é muito maior do que no banco público.

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