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Bhte, terça-feria, 28/10/2025 às 8h25 - primeira-edição

 

MASTOLOGIA

 

‘Outubro Rosa’: até 80% dos casos estão relacionados a hábitos e ao meio ambiente, aponta INCA

Mastologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), reforça que hábitos saudáveis, autocuidado e diagnóstico precoce são fundamentais na prevenção e no tratamento

 

Foto: Freepix

 

Outubro, 2025 –A forma como vivemos tem grande influência na prevenção e no enfrentamento do câncer de mama. Alimentação equilibrada, prática de exercícios e controle do peso corporal são fatores que fazem diferença tanto na redução do risco quanto na recuperação durante o tratamento.

 

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), aproximadamente 80% dos casos de câncer estão relacionados a fatores externos, como mudanças ambientais causadas pelo homem e hábitos de vida que elevam o risco da doença. A Sociedade Brasileira de Mastologia reforça que apenas entre 5% e 10% dos casos de câncer de mama são hereditários, o que evidencia a importância da prevenção e de hábitos saudáveis.

 

O câncer de mama ocorre quando células locais se multiplicam de forma descontrolada, formando um tumor que pode se espalhar para outras partes do corpo. É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, embora também possa atingir homens (cerca de 1% dos casos).

 

Andréa Laureano, mastologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), ressalta a importância do “Outubro Rosa” como um momento de conscientização sobre o autocuidado e o diagnóstico precoce. “Alguns fatores de risco não podem ser modificados, como ser mulher ou ter menstruação precoce e menopausa tardia. Mas é possível reduzir o risco com atitudes simples, como não fumar, evitar o álcool em excesso, manter uma alimentação saudável e praticar atividade física”, explica.

 

Segundo a médica, o diagnóstico precoce é o principal aliado para aumentar as chances de cura. “Nosso grande objetivo é identificar o câncer quando ele ainda não apresenta sintomas. Lesões detectadas no início têm até 95% de chance de cura”, destaca. A mamografia anual é o exame de rastreamento recomendado para a maioria das mulheres a partir dos 40 anos, idade reforçada também pelo Ministério da Saúde.

 

A atividade física regular é outro pilar importante. Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology acompanhou mais de 10 mil mulheres com câncer de mama e constatou que a prática de exercícios moderados, entre 90 minutos e 5 horas por semana, reduziu em até 37% o risco de recorrência da doença. “Esses dados reforçam o efeito protetor da atividade física, que pode até ter ação antitumoral”, acrescenta Andréa.

 

Exercícios aeróbicos e de resistência, como caminhadas, corridas leves e musculação, são os mais indicados, inclusive durante e após o tratamento. “É importante respeitar os limites do corpo, mas manter a regularidade. Traçar metas e acompanhar o progresso ajuda muito, especialmente nos dias em que a disposição está menor”, orienta.

 

A alimentação equilibrada também é fundamental, principalmente para o controle do peso. “A obesidade é um fator de risco modificável, pois o excesso de tecido adiposo aumenta a produção de hormônios que favorecem o surgimento do câncer. O ideal é priorizar frutas, verduras, legumes e proteínas magras, evitando alimentos ultraprocessados”, recomenda a médica.

 

Outros hábitos saudáveis, como amamentar e manter uma boa rotina de sono, também contribuem para a saúde das mamas. “Dormir bem é parte do cuidado integral. Cuidar-se é respeitar os próprios limites e ouvir o corpo quando ele pede descanso”, completa.

Para Andréa, o “Outubro Rosa é mais do que uma campanha: é um convite à ação. “Informação salva vidas, e o diagnóstico precoce também. Se a doença aparecer, estamos prontos para apoiar cada paciente em toda a jornada. Queremos que o câncer de mama seja apenas um desvio de rota, e não uma interrupção na vida das mulheres”, conclui.