Bhte, quarta-feira,30/04/2025 às 8h10 - primeira-edição |
---|
OFTALMOLOGIA |
---|
Bhte, 30 de abril de 2025, às 8h16
‘Abril Marrom’: as 9 principais doenças das pálpebras e os 10 principais cuidados na higiene dos olhosEspecialista do Vera Cruz Oftalmologia, em Campinas (SP), detalha sobre condições e elenca ações de rotina para evitar problemas
Abril, 2025 – O “Abril Marrom”, idealizado em 2016 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia para alertar a população sobre condições que podem afetar a visão, é muito debatido, principalmente, em relações diretas com a cegueira. Porém, algo pouco disseminado mesmo durante o mês é o fato de que as pálpebras também estão sujeitas a patologias e merecem cuidados contínuos.
Segundo Mariana Davi, oftalmologista especialista em pálpebras do Vera Cruz Oftalmologia, em Campinas (SP), há seis principais doenças que podem afetar tanto a estética, quanto a função da região: a blefarite, inflamação da borda das pálpebras; o terçol e o calázio, causados por obstruções nas glândulas locais; a ptose, que é a queda da pálpebra; o excesso de pele (ou dermatocalase); e os tumores palpebrais, que podem ser benignos ou malignos.
Há, ainda, aquelas associadas a alergias ou outras condições crônicas. As mais comuns são rinite alérgica associada a alergia ocular; dermatite atópica; e a rosácea. Essas condições podem agravar a inflamação das pálpebras e causar sintomas como vermelhidão, coceira e descamação da pele.
“Os sintomas mais comuns para qualquer patologia que acomete essa região são vermelhidão, inchaço, coceira, descamação, sensação de peso ou cansaço nos olhos, além de dor localizada, queda da pálpebra ou até dificuldade para abrir os olhos. Também é preciso atenção a nódulos, novas lesões na pele, secreção ou alterações na posição das pálpebras”, alerta a especialista, que salienta sobre a possibilidade de tais problemas serem bastante nocivos. “Especialmente quando há queda da pálpebra (ptose) ou excesso de pele, que podem cobrir parte da pupila e atrapalhar o campo visual. Inflamações como a blefarite também podem prejudicar a qualidade da lágrima, causando visão embaçada ou desconforto visual. Em casos mais graves, como tumores, pode haver comprometimento mais profundo e, com isso, prejuízo da função visual”.
Para que cada uma possa ser precisamente diagnosticada, é necessário ter atenção e fazer visitas frequentes ao oftalmologista. “O exame clínico é parte importante do diagnóstico, mas em casos específicos podemos completar a investigação com exames técnicos oftalmológicos, exames laboratoriais, testes de alergia e até biopsias de tecidos da pálpebra”, explica Mariana.
Para prevenir qualquer possibilidade de doenças palpebrais, ela recomenda uma série de cuidados diários na região, extremamente sensível:
Terçol x Calázio Embora parecidos e, muitas vezes, confundidos pelos pacientes, terçol e calázio são diferentes: o primeiro é uma infecção aguda e dolorosa, geralmente com vermelhidão e presença de pus (como se fosse uma espinha na pálpebra); o segundo é uma inflamação crônica que forma um nódulo cístico (bolinha com conteúdo dentro) mais firme e geralmente indolor. Ambos são causados por obstrução das glândulas, mas têm tratamentos e comportamentos diferentes.
Blefarite: a mais comum Inflamação das bordas das pálpebras, geralmente crônica, a blefarite tem períodos de sintomas agudos. “Ela costuma estar ligada a alterações nas glândulas que produzem a camada de gordura da lágrima, gerando um acúmulo de oleosidade e bactérias na região. Pode estar ligada a condições como rosácea ou dermatite. É comum causar vermelhidão, ardência, coceira e sensação de areia nos olhos”, detalha a especialista.
Já a ptose pode requerer até mesmo uma correção cirúrgica. “É indicada quando a queda da pálpebra interfere no campo visual, ocasiona dificuldade para abrir os olhos ou ainda interfere no grau de óculos (quando causa astigmatismo por comprimir a córnea)”.
Lesões podem indicar problemas mais graves Lesões nas pálpebras devem ser investigadas quando há crescimento rápido, mudança de cor, sangramento ou dificuldade para cicatrizar. Essas características podem ser sinais de um tumor maligno, como o carcinoma basocelular, que é o mais comum na região das pálpebras. Sempre que houver suspeita, é fundamental procurar um oftalmologista para avaliação.
Segundo Mariana, os principais fatores de risco para o câncer de pele na pálpebra incluem exposição ao sol sem proteção, histórico familiar de câncer de pele e idade mais avançada. “Para prevenir, o ideal é usar protetor solar na área ao redor dos olhos, óculos escuros com proteção UV, e evitar o sol nos horários mais quentes do dia. Consultas regulares com o oftalmologista também são importantes para diagnosticar qualquer alteração logo no começo”, conclui.
|
---|