Oftalmologia

Maio 24, 2017

Dia Nacional de Combate ao Glaucoma ressalta gravidade da doença

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Considerada a segunda maior causa de cegueira no mundo, perdendo somente para a catarata, o glaucoma é considerado um dos distúrbios mais traiçoeiros da oftalmologia, por afetar a visão lentamente e raramente apresentar sintomas. Para ressaltar a gravidade da doença e a importância da prevenção, dia 26 de maio (sexta-feira), comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.


“O glaucoma é uma doença causada pela lesão do nervo óptico relacionada à pressão ocular alta, onde há perda de fibras nervosas”, explica o oftalmologista Hilton Medeiros. O nervo óptico, por sua vez, é um feixe de fibras que leva a percepção visual, captada pelo olho na retina, até uma região no cérebro responsável pela formação da imagem.


Segundo o médico, o glaucoma costuma afetar pessoas acima de 35 anos. Geralmente o quadro é crônico e assintomático. “Às vezes o paciente só percebe a perda de visão quando mais de 90% das fibras já estão comprometidas. É uma doença que evolui muito rapidamente e pode causar cegueira irreversível”, esclarece o oftalmologista. Em alguns casos, a doença se manifesta subitamente e de forma aguda. Nesse caso, pode vir acompanhada de dor intensa, náuseas, vômitos, hiperemia (vermelhidão), lacrimejamento, e baixa de visão.


A doença é detectada por meio de exame clínico oftalmológico completo, com avaliação do nervo óptico, e exames complementares como campo visual, tonometria, paquimetria e OCT (tomografia do nervo óptico). Havendo o diagnóstico precoce, o tratamento torna-se mais eficiente.


O glaucoma pode ser primário ou secundário a outras doenças (tumores de retina, trauma, síndromes congênitas, uso de corticóide, entre outras). O tipo primário se divide ainda em glaucoma de ângulo aberto e glaucoma de ângulo fechado. Para cada tipo de glaucoma há um tratamento diferenciado. Para os dois tipos, porém, existem colírios que aumentam a drenagem e colírios que diminuem a produção do humor aquoso. Quando não for suficiente esse tratamento tópico, recorre-se à cirurgia para criar uma via satisfatória de drenagem.


Além do aumento da pressão ocular, o glaucoma está associado a alguns fatores como idade avançada, raça negra e história familiar (parentesco principalmente entre irmãos) predispõem o indivíduo a desenvolverem esse problema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença é responsável por 80% dos casos de cegueira nos países em desenvolvimento.


 

Março 29, 2017

A ambliopia e, não o estrabismo, é causa da leitura lenta em crianças em idade escolar


A ambliopia está associada a uma velocidade de leitura mais lenta em crianças em idade escolar. O tratamento para a diminuição da acuidade visual pode melhorar a velocidade e a eficiência de leitura



As crianças com ambliopia, doença comumente conhecida como "olho preguiçoso", podem ter a função ocular alterada. Isso pode resultar em dificuldades em atividades para as quais os movimentos sequenciais dos olhos são importantes, como a leitura. Um novo estudo determinou que as crianças com ambliopia lêem mais lentamente do que crianças com visão normal ou do que crianças que tem apenas estrabismo. Os achados foram publicados no Journal of American Association of Pediatric Ophthalmology and Strabismus (AAPOS).

O estudo determinou pela primeira vez que a ambliopia e, não o estrabismo, foi identificada como o fator chave na leitura mais lenta em crianças em idade escolar. Estudos anteriores não imitavam as condições naturais de leitura que a criança normalmente encontrava na escola, ou seja, a leitura silenciosa binocular de parágrafos apropriados para cada série escolar, à distância habitual de leitura. Estes estudos avaliaram indivíduos com ambliopia e estrabismo e, portanto, eram incapazes de avaliar o efeito do estrabismo sozinho na leitura.

Para chegar a esses resultados, três grupos de crianças foram formados: 29 crianças com ambliopia, com ou sem estrabismo, 23 crianças tratadas de estrabismo, mas sem ambliopia e 21 crianças com visão normal.

As crianças leram silenciosamente um parágrafo de texto usando os dois olhos simultaneamente, enquanto estavam equipadas com o ReadAlyzer, um sistema de gravação do movimento dos olhos durante a leitura. Os pesquisadores mediram a taxa de leitura, o número de movimentos sacádicos dos olhos para adiante e para trás, por 100 palavras e o comprimento das pausas oculares. A compreensão foi avaliada com um questionário de 10 itens. Apenas os dados das crianças com pelo menos 80% de respostas corretas foram incluídos, de modo que era improvável que a leitura prejudicada em crianças amblíopes fosse devido às dificuldades de compreensão.

“A ambliopia faz com que as crianças leiam significativamente mais lentamente do que as crianças com estrabismo, sem ambliopia, e do que as crianças sem problemas de visão. Não houve diferença estatística significativa na taxa de leitura entre crianças estrábicas, sem ambliopia, e crianças com visão normal do grupo de controle. Do mesmo modo, as crianças amblíopes tiveram cerca de 35% mais movimentos oculares durante a leitura do que as crianças estrábicas, sem ambliopia, ou crianças com visão normal”, explica o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.

O olho preguiçoso

“A ambliopia ou “olho preguiçoso” é caracterizada por uma diminuição da acuidade visual, quando um dos olhos desenvolve uma boa visão, enquanto o outro, chamado de amblíope, não, o que torna a visão mais pobre, explica Bruna Ducca, oftalmopediatra do IMO, especializada em estrabismo também.

A ambliopia é uma condição comum: cerca de duas ou três em cada 100 pessoas apresentam a condição. A doença é a principal causa de cegueira infantil monocular e de deficiência da visão infantil. “A ambliopia é a causa mais comum de deficiência visual na infância, afetando cerca de 2-3% das crianças nos Estados Unidos. A menos que seja tratada com sucesso na primeira infância, a ambliopia geralmente persiste na idade adulta”, afirma Bruna Ducca.

Detecção precoce é fundamental

Se o “olho preguiçoso” não é detectado e tratado ainda na primeira infância, a visão daquele olho fica pior porque não está sendo usada. Hoje, muitos oftalmologistas dedicam-se ao estudo do tratamento da ambliopia após os 07 anos de idade, tentando determinar se o esforço é válido. “As pesquisas recentes apontam alguma melhora na acuidade visual do ‘olho preguiçoso’ em crianças com idade de até 12 anos. O que não sabemos ainda é se com a idade avançada, esta melhoria vai perdurar após a interrupção do tratamento e se a perda de percepção de profundidade pode ser revertida”, informa a oftalmopediatra.

Portanto, o consenso médico é que quando mais cedo a ambliopia for diagnosticada, melhor. “A melhor época para o tratamento da ambliopia é durante o início da infância, pois para ter uma visão normal, é importante que ambos os olhos desenvolvam a capacidade de ver com igualdade. O desenvolvimento da visão ocorre até cerca dos sete anos de vida. Se uma criança tem ambliopia e não pode contar com a visão de um de seus olhos, sua visão não se desenvolve corretamente e pode até diminuir”, explica Bruna Ducca.

Razões para tratar a ambliopia

O olho amblíope pode desenvolver um defeito visual grave e permanente;
A percepção de profundidade (ver em três dimensões) pode ser perdida. Para ter uma boa visão, em ambos os olhos, é necessário para que a noção de profundidade se desenvolva;
Se o olho que não foi afetado pela ambliopia torna-se doente ou é ferido, isto pode significar uma baixa visão durante o resto da vida.
Importância do tratamento da ambliopia

O tratamento padrão para a ambliopia é bloquear a visão temporariamente no “olho bom” para forçar a criança a usar “o mais fraco”. É muito importante que a criança esteja usando a prescrição correta dos óculos quando necessário; muitas vezes, a acuidade visual melhora apenas com o uso dos óculos. Quando a penalização do “olho bom” é indicada, os métodos mais comumente utilizados são a oclusão, em que um tampão é usado sobre o olho dominante, e a instilação de colírio de atropina, que embaça a visão no olho preferencial. “Dessa forma o olho amblíope assume a fixação e o cérebro é estimulado a enviar os sinais visuais a ele. O oclusor adesivo é o método preferencialmente utilizado inicialmente no tratamento da ambliopia, sendo a atropina uma opção secundária em casos selecionados” informa a oftalmopediatra Bruna Ducca.

Atualmente, estão sendo realizados muitos estudos com enfoque no tratamento binocular da ambliopia, ou seja, com a estimulação dos dois olhos, com auxílio de aplicativos para “tablets”.


 

Bhte, 04 de novembro 2016

Dieta mediterrânica, rica em frutas com antioxidantes, pode reduzir o risco de degeneração macular



Estudo é o primeiro a mostrar que a cafeína pode ser protetora contra a degeneração macular relacionada à idade



Pessoas que seguem a dieta mediterrânea –  especialmente pela ingestão de frutas – podem ter um terço menos probabilidades de desenvolver a degeneração macular relacionada à idade, de acordo com um estudo apresentado na AAO 2016, 120ª reunião anual da Academia Americana de Oftalmologia. O estudo é o primeiro a identificar que a cafeína pode ser um fator de proteção contra a degeneração macular.


Isso é degeneração macular causa cegueira



Muitos estudos já confirmaram os benefícios da dieta mediterrânica para a saúde, que enfatiza a ingestão de frutas, legumes, cereais integrais, leguminosas, nozes, gorduras saudáveis ​​e peixes, limitando a carne vermelha e a manteiga. A dieta tem sido apontada como uma forma de melhorar a saúde do coração e de reduzir o risco de câncer, mas poucas pesquisas sobre os seus benefícios se estendiam dobre as doenças oculares.


“Para averiguar esse aspecto, os pesquisadores estudaram parte da população portuguesa para ver se a adesão à dieta mediterrânea impactaria o risco de degeneração macular das pessoas. Os achados revelaram uma redução significativa do risco naqueles que ingeriram uma dieta mediterrânica com mais frequência e particularmente entre aqueles que consumiam mais frutas e cafeína”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.


Pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, estudaram 883 pessoas com 55 anos ou mais, na região central do país, entre 2013 e 2015. Destes, 449 tinham degeneração macular em seus estágios iniciais, antes da perda de visão, e 434 não tinham a doença. Os pesquisadores avaliaram suas dietas com base em um questionário, perguntando quantas vezes comiam alimentos associados com a dieta mediterrânea. Quanto mais os participantes comiam alimentos associados com a dieta, maior a pontuação entre 0-9. Aqueles que seguiram direitinho a dieta marcaram 6 pontos ou mais.



Os resultados foram os seguintes:


·        “As pontuações que indicavam maior adesão à dieta significavam menor risco de degeneração macular. Dentre aqueles que não seguiam estritamente a dieta (pontos abaixo de 6), 50% tinham degeneração macular. Dos que seguiam estritamente a dieta (ponto acima de 6 ou mais), apenas 39% tinham degeneração macular. Isto representa um risco 35% menor em comparação com aqueles que não aderiram à dieta”, afirma o oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO;

·        As frutas foram especialmente benéficas. “Os pesquisadores analisaram o consumo de alimentos e descobriram que as pessoas que consumiram níveis mais elevados de frutas são significativamente menos propensas a desenvolver degeneração macular. Entre os que consumiram 150 gramas ou mais de frutas por dia: 54,5% não tinham degeneração macular e 45,5% tinham a doença. No geral, as pessoas que comeram mais frutas, a cada dia, apresentaram quase 15% menos probabilidades de ter degeneração macular”, informa Juan Caballero;

·        Cafeína e antioxidantes também são protetores.  Os pesquisadores usaram um programa de computador para analisar o consumo de micronutrientes dos participantes, de acordo com as respostas dos questionários. “Eles encontraram que um maior consumo de antioxidantes, tais como cafeína, betacaroteno e vitaminas C e E, é fator protetor

contra a degeneração macular. Entre os que consumiram altos níveis de cafeína (cerca de 78 mg por dia ou o equivalente a uma xícara de café expresso): 54,4% não tinham degeneração macular e 45,1% tinham degeneração macular”, diz o médico.


Embora a cafeína não seja considerada parte da dieta mediterrânica, por si só, o consumo de alimentos que contêm cafeína, como café e chá, é comum nos países mediterrânicos. Os pesquisadores optaram por destacar o papel da cafeína porque a substância é um antioxidante poderoso, conhecido por ser protetor contra outras condições, tais como a doença de Alzheimer.


“Esta pesquisa reforça a evidência de que uma dieta saudável, rica em frutas é importante para a saúde, incluindo, agora, o dado de proteção contra a degeneração macular. O trabalho pode ser um trampolim para a medicina preventiva eficaz na degeneração macular”, afirma o oftalmologista Juan Caballero.

 

Novembro 24, 2015

Saiba usar equipamentos eletrônicos, sem causar danos à sua visão

Oftalmologista esclarece que doenças podem ocorrer e dá dicas de como evitá-las

 

 

Não é difícil comprovar. Uma olhada em volta já é suficiente para notar que o uso de aparelhos eletrônicos tornou-se uma necessidade quase vital para a maioria das pessoas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em seis anos houve crescimento no uso pessoal do celular de 107,2%. Já no caso da internet, o aumento foi de 143,8%. No entanto, esse hábito intensivo pode ser prejudicial à saúde, principalmente de um dos órgãos mais expostos a toda essa tecnologia: os olhos. "Fica evidente o aumento de queixas de pacientes no consultório com problemas de visão relacionados ao uso de aparelhos eletrônicos", afirma a oftalmologista do Hospital CEMA, Ticiana Fujii.

 

As estatísticas acima se referem aos adultos, no entanto, é cada vez mais comum que crianças apresentem sintomas, já que elas estão inseridas nesse "frenesi" digital. "Atualmente há um aumento significativo da população infantil que usa celulares, tabletes, videogames. Os pais devem controlar o tempo de permanência dos menores na utilização desses equipamentos", ressalta a especialista. Por exemplo, aquele conceito antigo de que TV faz mal à vista tem sentido. "No entanto, só faz mal quando o tempo de exposição à tela for muito longo. Pequenos períodos assistindo TV na posição correta e com boa iluminação não farão mal à saúde ocular", diz ela.

 

A médica salienta que o pior equipamento, nesse caso, é aquele que faz o olho ter um esforço maior que o necessário. Enquadram-se nesse quesito as telas pequenas, com baixas resoluções, que exigem um foco mais preciso da visão, podem desencadear sintomas típicos da chamada "Síndrome da Visão do Computador": visão embaçada, sensação de cansaço visual, olho seco, dor de cabeça, pescoço e ombros. Nesse sentido, a TV de Led é melhor do que a analógica, pois tem maior resolução e imagens nítidas, o que ocasiona menor esforço ocular.

 

Abaixo, a oftalmologista do Hospital CEMA dá dicas de cuidados a serem adotados por quem fica muito tempo de olho na telinha:

 

- Limite o tempo de uso e faça pausas de 20 segundos, a cada 20 minutos que estiver em frente de qualquer aparelho eletrônico;

 

Cheque a posição do corpo e da cabeça em relação ao computador. A distância recomendada entre o monitor e o olho é de 45 a 70 cm. Posicione o monitor entre 10° e 20° abaixo do nível dos olhos;

 

- Confira a luminosidade do ambiente e da tela do computador. Cuidado com a luminosidade excessiva ou ambientes muito escuros, pois isso resultará em contração ou dilatação das pupilas, gerando cansaço visual;

 

- Opte por monitores grandes, que cansam menos os olhos, e também aumente o tamanho da letra no monitor;

 

Lembre-se de piscar.  Faça isso mais vezes quando estiver na frente das telas (os humanos piscam, em média, quinze vezes por minuto, mas essa taxa diminui para a metade quando as pessoas estão diante da tela dos aparelhos eletrônicos).

 

Informações à Imprensa

Nilza Botteon/Cíntia Ferreira



Estrabismo deve ser tratado na infância

Oftalmologista explica que há tratamento para o estrabismo

        

         Grande parte das doenças oftalmológicas já começam a aparecer na infância. Uma delas e que pode ser um trama para a vida toda é o estrabismo. “O estrábico terá os olhos desalinhados, ou seja, tortos, podendo ser para dentro ou para fora, para cima ou para baixo”, explica a oftalmologista Ana Paula Canto, da Clínica Canto.

Segundo ela, a condição pode ser evidente ou sutil. “Há casos em que olhando para a criança percebe-se que os olhos estão tortos, mas o estrabismo também pode ser sutil, causando uma perda da profundidade do campo de visão ou maior esforço para enxergar. Às vezes, a criança começa a inclinar a cabeça para ver melhor, causando torcicolo”, esclarece.

         Além de afetar esteticamente, o estrabismo pode não desenvolver a visão do olho comprometido, isto é, uma visão mais baixa do que no outro olho. “Se não for tratado a tempo, não tem como melhorá-la nem com colírio, cirurgia ou qualquer tipo de tratamento”, alerta.

A oftalmologista ressalta que o estrabismo nunca é normal e não cura sozinho. “O que pode acontecer é que até os quatro meses de idade os ‘olhos podem dar uma desviadinha’, porém essa situação é rara e por períodos curtos e ocorre porque os reflexos de alinamento ocular ainda não estão maduros”, salienta.

         Dra. Ana Paula explica que, na infância, dependendo do caso, a doença pode ser tratada com óculos ou até cirurgia e exercícios oculares. “Caso haja ambliopia (‘olho preguiçoso’, ou seja, diminuição da visão), ela também deve ser tratada o mais precoce possível. Normalmente são prescritos óculos e exercícios no olho fraco para forçá-lo a desenvolver a visão”, esclarece. “Se o tempo do tratamento da ambliopia passar e não houver resultado positivo, a visão do olho não pode ser recuperada e a cirurgia para correção do estrabismo será apenas estética”, enfatiza.