Bhte, 28 de julho de 2024
Bhte, 03/06/2021
Bhte, 23/03/2021
Sequelas da Covid-19 podem persistir mesmo em casos levesPneumologista de Campinas relata que 90% dos seus atendimentos são casos de síndrome pós-Covid; fadiga muscular e pulmonar são as queixas mais frequentes Campinas, março de 2021 – Mesmo após um ano de pandemia da Covid-19, ainda são realizados inúmeros estudos para entender as diferentes reações e possíveis sequelas da doença. A grande incógnita é entender o porque as sequelas são tão duradouras, mesmo em casos mais leves de infecção.
A falta de ar, perda do olfato e do paladar são os sintomas mais frequentes. Mas a síndrome pós-Covid, como é chamada, inclui alguns outros sintomas como tosse, dor de cabeça persistente, cansaço, fraqueza muscular, problema de concentração, perda de memória, distúrbio do sono, ansiedade e depressão. E isso não apenas em casos graves, casos leves, mesmo sem internação, estão relatando algum desses indícios. Segundo estudo realizado em países da Europa mais de 87% dos pacientes apresentam pelo menos um sintoma persistente da doença.
“Nos últimos dois meses, 90% dos meus atendimentos são casos de pós-Covid-19. Mesmo em casos leves, sem hospitalização e, mesmo após estarem ‘curados’, ou seja, sem a presença do vírus, as queixas são persistentes”, diz Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas/Intersticiais do HC da Unicamp. “Realizamos uma avaliação pulmonar e cardíaca para avaliar as sequelas e, na maioria dos casos, o resultado é perda de condicionamento físico, perda e fraqueza muscular”, completa o médico.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, até 40% dos recuperados apresentam sequelas. Manter-se ativo, realizar alguma atividade física dentro de casa e caminhada leve ajudarão a não prejudicar o condicionamento físico.
O pneumologista relata que as sequelas não serão necessariamente permanentes e enfatiza a grande importância de ter acompanhamento médico pós Covid-19, para minimizar ou sanar os impactos causados pela doença. “Na clínica contamos com uma equipe altamente qualificada para realizar nos nossos pacientes a fisioterapia respiratória, que é uma grande aliada e auxilia na rápida melhora, buscando trazer de volta a qualidade de vida para cada paciente”, completa.
Sobre o Dr. Ronaldo Macedo |
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Bhte, 02/02/2021
QUESTÃO DE ESCLARECIMENTO CIENTÍFICO Podem acreditar: não existe tratamento precoce contra a covid-19Por Dr. Ronaldo Macedo* Nos últimos anos as redes sociais têm sido palco de uma guerra de informações, que em alguns casos serve como pura desinformação. No início se tratava sobretudo de política, mas a partir do início da pandemia de covid-19 se transformou em uma questão de saúde pública, que envolve a preservação da vida. Por falta de conhecimento médico, má fé ou simples ingenuidade, muitas pessoas divulgaram ou compartilharam informações falsas a respeito das formas de contágio pelo coronavírus e posicionaram-se contra o isolamento social e até mesmo contra o uso de máscaras, o que certamente colaborou para aumentar o número de casos e de mortes. Depois, como se tivéssemos voltado a um passado distante, surgiram vozes contra o efeito das vacinas, um dos maiores avanços já conquistados pela medicina, responsável por evitar um número incontável de óbitos. Para completar a ofensiva da desinformação, espalhou-se uma campanha a favor de tratamentos precoces ineficazes, às vezes até prejudiciais. No momento em que o mundo supera os 2 milhões de mortes por covid-19, das quais mais de 200 mil no Brasil, essa onda precisa ser interrompida. É preciso deixar claro que não há nenhuma evidência científica que comprova a eficácia de medicamentos como a cloroquina na prevenção da covid. Podem acreditar: a única maneira conhecida até agora de evitar o coronavírus é o uso de máscara, a higienização constante das mãos e o distanciamento social. E o único tratamento farmacológico preventivo é a vacinação geral da população. Não sou só eu, como pneumologista, quem digo isso. São os especialistas mais respeitados em todo o mundo, as associações médicas e as demais fontes verdadeiramente confiáveis. Em outubro, a Organização Mundial de Saúde divulgou o resultado do maior estudo já feito para testar os efeitos da cloroquina, da hidroxicloroquina, do coquetel antiviral remdesivir, lopinavir e ritonavir e do interferon. “Nenhuma das drogas estudadas reduziu a mortalidade em nenhum subgrupo de pacientes nem teve efeitos na iniciação da respiração artificial ou na duração da internação hospitalar”, concluiu o ensaio, que analisou a evolução de mais de 11 mil doentes em 400 hospitais de 32 países (e pode ser conferido na íntegra em https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.10.15.20209817v1). No 17 de janeiro, ao aprovar o uso emergencial das vacinas Coronavac e Oxford/AstraZeneca, os diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aproveitaram a repercussão do anúncio para deixar clara a ineficácia de fármacos como a cloroquina. A diretora Meiruze Sousa Freitas, que é formada em farmácia com habilitação em análises clínicas pela Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou sem meias palavras: “Até o momento não contamos com alternativa terapêutica aprovada e disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus”.
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Antônio Barras Torres, diretor-presidente da Anvisa, que é médico e oficial da Marinha, tendo chegado ao posto de contra-almirante, comemorou o início da vacinação, mas ressalvou: “Entretanto, que esse modesto júbilo não seja motivo de relaxamento para as medidas de proteção individual (…) Mesmo vacinado, use máscara, mantenha o distanciamento social e higienize as mãos”. Note-se que esses alertas partiram de diretores da Anvisa nomeados pelo atual presidente da República, portanto, sem relação com nenhum tipo de movimento dispostos a desacreditar o governo. São, simplesmente, uma demonstração de bom senso e da crença na ciência e na medicina. Também em 17 de janeiro, no mesmo dia em que a Anvisa aprovou as duas primeiras vacinas para uso no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), que reúne os especialistas em saúde respiratória do país, lançou um manifesto para ressaltar a ineficácia dos tratamentos precoces contra a covid-19. Sob o impacto do colapso do sistema de saúde em Manaus e com base em inúmeros estudos, a SBPT se concentrou na avaliação dos fármacos cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanide, corticoides e anticoagulantes. A conclusão da SBPT (veja a íntegra em https://sbpt.org.br/portal/wp-content/uploads/2021/01/Posicionamento-SBPT-tratamento-precoce-COVID19-17-01-2021-1.pdf) foi a mesma do estudo da OMS: “Alertamos que até o presente momento não existe tratamento farmacológico precoce da covid-19 com eficácia e segurança comprovadas. Neste momento, toda a sociedade deve se voltar à prevenção da covid-19 por meio das medidas recomendadas, que incluem usar máscaras, higienizar as mãos e manter distanciamento social enquanto aguarda o único tratamento farmacológico preventivo, representado por vacinas seguras e asseguradas a todos”. Precisamos dar um basta ao negacionismo e acreditar na ciência. É obrigação de todos nós parar de disseminar e compartilhar informações falsas e entender que estamos vivendo uma crise sanitária sem precedentes, que está mudando o mundo. Não se pode brincar com vidas humanas. *Ronaldo Macedo é pneumologista formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, tendo participado como Observer Fellow no Serviço de Transplante Pulmonar no Toronto General Hospital, no Canadá. Trabalha há quase 10 anos no Hospital de Clínicas da Unicamp, onde é coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas/Intersticiais (ambulatório de referência na Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), e no Hospital Vera Cruz/Campinas. É também professor da disciplina de Emergências Respiratórias na pós-graduação de Medicina de Emergência do Instituto Terzius. Para saber mais sobre o especialista, visite https://drronaldomacedo.com.br/ |
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Bhte, 28/01/2021
Crianças não são inclusas no plano de vacinação contra Covid-19
Dr. Ronaldo Macedo Pneumologista fala sobre importância dos cuidados com as crianças para a reabertura de escolas e sobre a necessidade de imunizar as pessoas que têm contato com os pequeninos Campinas, janeiro de 2021 – O Ministério da Saúde divulgou informações sobre as crianças não terem sido incluídas num primeiro plano de vacinação contra a Covid-19. O motivo principal é devido a falta de estudos da imunização para essa faixa etária, além de não fazerem parte do grupo de risco. As crianças representam apenas 8,5% dos casos de Covid-19 no mundo todo. “Não foi realizado nenhum estudo clínico no mundo que comprove a segurança e eficácia da imunização na faixa etária pediátrica”, diz Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório |
de Doenças PulmonaresDifusas/Intersticiais do HC da Unicamp. “As crianças não fazem parte do grupo de risco e, raramente, desenvolvem sintomas mais graves da doença”, completa. A Secretaria da Educação de Campinas deverá fechar na próxima semana o planejamento do início da volta as aulas. Desde outubro de 2020 as redes estadual e particular já foram autorizadas a retomarem as aulas presenciais, respeitando 35% de capacidade e as medidas de restrição. A rede Estadual prevê retorno para 1 de fevereiro. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco) já solicitaram a priorização pela abertura das escolas. Visando o retorno das aulas, a falta de vacina para crianças não seria um problema. Segundo as instituições, não há nenhum dado que comprove que essa flexibilização aumente o número de casos. Visando o retorno das aulas, a falta de vacina para crianças não seria um problema. Segundo as instituições, não há nenhum dado que comprove que essa flexibilização aumente o número de casos. Porém, há uma forte preocupação com as pessoas que têm contato com os pequeninos. “É de extrema importância proteger com a vacina quem tem convívio direto com crianças, seja pai, mãe, avós ou outro parente mais velho, respeitando a ordem do plano de vacinação. A reabertura deve ser feita respeitando as medidas adequadas de proteção: redução do número de crianças por sala de aula, janelas abertas, uso obrigatório de máscara, cuidado com a higiene e distanciamento social.
Sobre o Dr. Ronaldo Macedo NE. Informação enviadas por agência de notícias ou Assessoria de Imprensa e responsabilidade do autor. |
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Bhte, 22/12/2020
por Dr. Ronaldo Macedo
Com o progressivo fim do isolamento, mesmo antes do término da pandemia, a prevenção é essencial para evitar a propagação do vírus; atividade física reduz risco de internação Campinas, dezembro de 2020 – O número de casos de Covid-19 está aumentando não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Muitos estados e cidades que já estavam na fase verde recuaram para a fase amarela. Em Campinas, dados divulgados pela prefeitura mostram que o número de casos atualmente é de quase 50.000. A cidade está na fase amarela com 85,7% dos leitos de UTI ocupados. “No ponto de vista epidemiológico, era esperado que tivéssemos aumento no número de casos. Uma vez que o vírus continua circulante, além de termos mais pessoas fora de casa, na maioria das vezes em ambientes fechados como lojas, shoppings e restaurantes”, explica Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Pulmonares Difusas/Intersticiais do HC da Unicamp.
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O grande problema está sendo a aglomeração. Há muitos estabelecimentos que não respeitam a ocupação máxima estabelecida pelo governo, que é de 60%. E a população não está mais respeitando o distanciamento social. “Notamos que muitas pessoas cansaram, foi um ano difícil para todos. É difícil cobrar uma boa conduta, mas é a única forma que temos de evitar a propagação da doença, até que tenhamos a vacina”, comenta o pneumologista. Com o progressivo fim do isolamento social, mesmo antes do fim da pandemia, é essencial manter os cuidados básicos para frear a propagação do vírus: usar máscara sempre, álcool em gel, evitar passar a mão no rosto, principalmente nos olhos, nariz e boca. Além dos cuidados básicos, o especialista recomenda a prática de atividade física, seguindo todas as normas da OMS. Segundo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizar 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade intensa por semana, reduz em 34,3% a chance de internação hospitalar pela Covid-19.
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O que muitos perguntam é: quando isso vai terminar? A resposta é só uma: com a vacina. Ainda se espera pela aprovação no Brasil e mesmo com o início da aplicação em massa será necessário um tempo para que a imunização seja garantida. “O que podemos fazer até lá é continuar nos cuidando. Principalmente agora no final do ano, quando é comum as pessoas ficarem mais próximas e se reunirem, e isso pode causar um problema maior”, diz o Dr. Ronaldo. “Evite aglomeração, mantenha contato apenas com as pessoas do seu convívio habitual, isso é o ideal. Além da vacina, a conscientização da população é o caminho para que cheguemos ao fim da pandemia”, completa o especialista. Sobre o Dr. Ronaldo Macedo |
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Bhte, 16, novembro,2020
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Quando surgiu (primeiro na China, na metade de 2019, depois na Europa, no início de 2020, e com força no Brasil a partir de março), a covid-19 era considerada uma doença respiratória altamente transmissível, mas pouco letal. Não se pensava, à época, que causasse danos a outros órgãos que não os pulmões. Também não se falava sobre possíveis sequelas que pacientes que desenvolviam a forma mais grave da doença, porém sobreviviam, poderiam apresentar. Tudo a respeito era muito novo, inclusive para médicos e cientistas.
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Hoje, passado um bom tempo desde a detecção do primeiro caso no Brasil da moléstia (em 26/02, a capital paulista), o conhecimento acumulado sobre a covid, seu patógeno (o Sars-CoV-2) e emespecial acerca de prejuízos de longo prazo que a doença pode legar às suas vítimas já é bem extenso. “As pessoas, mesmo depois de se livrarem dos vírus, podem ter sequelas respiratórias sérias”, explica Ronaldo Macedo, coordenador do Ambulatório de Doenças Intersticiais Pulmonares do HC da Unicamp. Macedo é graduado em medicina pela
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Faculdade de Ciências Médicas de Campinas, parte integrante da Universidade de Campinas. “Nos pulmões, quando atingidos pela covid-19, surge umapneumonia viral com acometimento dos alvéolos, o que compromete a troca gasosa feita pelo órgão. Em geral a função pulmonar se recupera por completo após a cura. Mas há a possibilidade de acometimentos mais sérios e por |
vezes permanentes”, explica. Nos casos moderados e graves há maiores chances de sequelas, tais como:*
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* outras - perda persistente do olfato, perda muscular, síndrome de fadiga crônica”. |
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