A jornalista e escritora Meghan O´Connell mergulha na gestação, parto e pós-parto com amamentação, impressiona
A autora Meaghan O´Connell, que estreia na literatura com Embaraçada, de maneira profissional, segura e com traquejo que o jornalismo ensina no dia a dia, quando o profissional, aborda vários temas em matérias e editorias várias. Seu mergulho em seu universo de mulher grávida e parturiente, é corajoso, verdadeiro, quer ir para a denúncia, mas se retém na incerteza.
O assunto é muito extenso, profundo e a escritora não aprofunda muito, parece que não há tempo, que tudo corre na mesma velocidade dos acontecimentos, em sua mente, não na realidade. Ela quer colocar tudo, mas não tem tempo, o espaço. Como escrever uma notícia de 10 laudas em duas, e corre o risco de ser cortada pelo editor, em uma lauda. Como isso é possível? Quando se é mãe, tudo é possível, isso é Embaraçada.
Meaghan O´Connell ,expõe para as meninas de colégio que vão se deliciar com a leitura, olha o que lhe aguarda, é bom, é ruim, é quente é frio. Ela consegue dialogar com a pessoa que está grávida ou gestante e com aquela que acabou de parir, com toques sutis. Ela meio que fala nas entrelinhas: "Não sou dramática. Isso não é livro de auto ajuda, não. Não é melancolia.".
A tradução, se respeitou sua fluência, ela escreve para ser lida, para não se parar de ler nas dez páginas, ele quer ser devorada, quer ser lida de sentada. Sua mente e a vontade de ser respeitada, lida e entendida naquilo que ela quer passar. Não quer apontar, siga-me, não faça o que eu faço ou vice-versa. Ela simplesmente abriu seu coração, sua intimidade de casal, de mãe, de tormentos, de depressão pós-parto, de angústia, de dúvida, de esquema de indústria da saúde, do parto humanizado à cesariana.
Enfim, escrita com ato de coragem. Talvez, com receio de não ser panfletária, feminista, politicamente correta. Ela não aprofundou em assuntos que geram polêmicas filosóficas, jurídicas, sociológicas, humanitárias.
Penso, que a leitura, tanto para mulheres e homens, talvez muito mais. Para que ele entenda o universo feminino durante a gestação e o parto. E o depois, nossa, É muito frustrante, contagiante entre a alegria e a tristeza, ao mesmo tempo, vida e luto, renúncia e conquista de novas metas, novos horizontes.
As adolescentes e mulheres, podem ler, pois vão ficar mais conscientes e raciocionar com ferramentas tecnológicas da escrita de Meahgan, em comparação, que vão levá-las, a conclusões e decepções.
Marcelo dos Santos - jornalista - MTb 16.539 SP/SP
Ano vai vida passa